terça-feira, 28 de setembro de 2010

FELICIDADE...

      Estes dias estive pensando sobre a felicidade, o real sentido do estar contente.   Não, não estes sorrisos que damos de vez em quando, só para que os espectadores à nossa volta, pensem que somos felizes, mesmo que, por dentro, quiséssemos viver outras coisas..., não se iluda, a maioria de nós nega, mas a grande verdade é que tudo nos impulsiona a viver o teatro, a estar na moda, a fazer parte deste ou daquele grupo, a estar aqui ou ali, a ter o produto que passou na polishop, e a sentir falta do eletrônico que acaba de ser inventado e que, até ontem, não fazia a menor diferença em nossas vidas.

        Achamos que estamos bem, mas tudo isto leva à formação de um povo zumbi, morto-vivo, à falta de sentido da vida, rotina cega, por fim, sem nem mesmo saber por que começamos a fazer, fazemos por fazer, pois se não se faz, se não se tem, se não parece ser, não há então a felicidade.

      As conseqüências nem precisariam ser ditas, afinal, todos os dias chegam aos nossos ouvidos as trágicas notícias, é o pai suicida por não ter sido bem sucedido, é o filho que matou o pai, achando que ficaria impune e com toda a herança, é a mãe que abandonou a casa e que, hoje, tem outro marido, pois afinal, de fato mesmo, o primeiro nunca o foi, é o pai de família que nunca aparece em casa sob a desculpa de estar, com muito esforço, mantendo sua família com seus dois ou três empregos, e que, por fim, vê tudo perder sentido quando descobre que sua família já não existe há anos.

     Já há muito, o sábio Salomão, em toda a sua sabedoria, precisou chegar ao fim da vida e descobrir que não foi realmente feliz, que poderia ter feito diferente, tudo era vaidade, mas aí já era tarde (vide o livro de Eclesiastes).

     Quando vamos aprender a viver, quando vamos parar de tentar nos olhar com os olhos dos outros, e começarmos a nos ver, nos sentir, nos permitir, permitir o tentar, permitir o errar, permitir o vestir, o pensar diferente, o ser diferente, afinal assim Deus nos fez, diferentes, se ele nos deu diferenças, por que sermos tão iguais? E se é para imitarmos alguém, que então imitemos um padrão de verdade, um real padrão de felicidade.

     Estes dias me lembrava de uma antiga canção, simples, do saudoso Padre Zézinho, que minha mãe ouvia em meus tempos de criança, a musica falava sobre felicidade.... vou me permitir citar alguns versos...




Um dia uma criança me parou,
olhou bem nos meus olhos a sorrir.
Caneta e papel na sua mão,
tarefa escolar a cumprir.
E perguntou no meio de um sorriso
o que é preciso para ser feliz?





Amar como Jesus amou,
Sonhar como Jesus sonhou,
pensar como Jesus pensou,
viver como Jesus viveu.
Sentir o que Jesus sentia,
sorrir como Jesus sorria
E ao chegar o fim do dia
eu sei que eu dormiria muito mais feliz





     Foi ótimo lembrar esta letra, tão simples e ao mesmo tempo, tão profunda e que nos faz pensar em que realmente, ao vir a este mundo, Jesus não somente veio nos ensinar com sua morte tantas vezes citada, mas com sua vida, veio também nos dar vida abundante, nos ensinando a felicidade.

   Amar como Jesus amou, é amar sem preconceitos, é amor que flui graça, amor sem interesses, amar por amar, amar não porque meia dúzia de regras dizem isto, porque tem uma galera olhando, fazer força para amar, isto não é amor, isto é teatro, o amor flui naturalmente, como a arvore que não faz força para dar frutos, ela dá, porque a natureza dela diz isto.
O amor nos faz sonhar como Jesus, pensar como ele, viver e sentir como ele, a viver de forma calma e serena, a não morrer hoje preocupado com o pão nosso que com certeza o Pai não vai deixar faltar amanhã, a não ter pressa para sair da companhia dos amigos, a simplesmente não ter pressa, nos textos dos evangelhos você nunca vai encontrar Jesus correndo atrasado para um encontro, ele calmamente se dirigia a um e outro lugar, e quando lhe apressavam, ele parava para atender ao mendigo, e fazia dele, de um moribundo, a personagem principal.

    Pensar como Jesus, é não dar lugar ao ódio, à ganância, à vingança, ao contrario, é dar comida aos “traíras”, sem o menor traço de orgulho, mostrando que continuava a ama-los, mostrando que realmente seu amor é incondicional.

   Viver sorrindo, sorrindo como Jesus sorria, sorriso de quem tem plena ciência de que, nenhum de nós, com todo nosso esforço, conseguirá acrescentar um minuto sequer às nossas vidas, e que muito mais valor temos nós, que a planta que hoje nasce, e amanhã murcha, mesmo assim 

Deus a veste de forma majestosa.

Se assim vivêssemos..... realmente, dormiríamos muito mais felizes.



Paz a todos


Leonardo Mendes

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