quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Batalhando Pela Fé - Jd 3 (T.A.McMahon)

Originalmente, Judas pretendia compartilhar com seus companheiros crentes as questões da fé comuns a todos eles. Mas, o Espírito Santo o redirecionou a um assunto de maior urgência. Questões da fé "uma vez por todas... entregue aos santos" estavam sendo tanto sutilmente solapadas como profundamente pervertidas. Hoje em dia acontece o mesmo que naquele tempo. Todos os santos (isto é, cristãos – Ef 1.1; Cl 1.2, etc.) devem batalhar diligentemente pelos ensinos da fé "dados por inspiração de Deus" (comp. 2 Tm 3.16).

O que é batalhar diligentemente?

Batalhar diligentemente por algo não é uma atividade de menor importância. A passagem paralela normal desse versículo é 1 Timóteo 6.12: "Combate o bom combate da fé..." Em ambos os casos, o sentido é de trabalhar fervorosamente, ou esforçar-se, como um atleta que irá participar de um evento esportivo. A analogia do esporte oferece uma ilustração muito clara: bons atletas têm que treinar com vigor para atender às exigências do seu esporte. Da mesma forma, um cristão dedicado deve condicionar-se espiritualmente para atender à exortação de Paulo: "Exercita-te pessoalmente na piedade" (1 Tm 4.7). Paulo usou freqüentemente a correlação entre os esforços dos atletas e o andar dos cristãos para mostrar que a vida de um crente renascido não tem por objetivo a passividade. Ela requer treinamento espiritual, que inclui muitas das qualidades demonstradas por um atleta superior: diligência, dedicação, auto-disciplina, disposição de aprender, etc. Entretanto, do mesmo modo como no cenário esportivo dos nossos dias, muitos de nós se dedicam a ser espectadores – não necessariamente "inativos", mas definitivamente não jogadores.

Muito freqüentemente a reação à exortação de Judas é dizer que é melhor "deixar o batalhar pela fé para os especialistas", isto é, para os estudiosos, os teólogos, os apologistas ou autoridades em seitas. Há no mínimo dois problemas com tal idéia. Em primeiro lugar, as palavras de Judas não foram escritas a especialistas em teologia, mas "aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo" – ou seja, a todos os Seus "santos" (Jd 1,3). Em segundo lugar, um dos principais aspectos da batalha pela fé está relacionada com o desenvolvimento espiritual de todo santo. Em outras palavras, batalhar pela fé não é somente para especialistas em seitas, nem envolve necessariamente argumentar ou confrontar os outros. Batalhar pela fé deveria ser o padrão de vida espiritual de todo crente (comp. 1 Pe 3.15).

O desejo de estudar diligentemente a Palavra de Deus

Batalhar diligentemente pela fé requer o desejo de estudar diligentemente a Palavra de Deus. Jesus estabeleceu um programa de crescimento para todos que se entregaram a Ele: "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos" (Jo 8.31). Em 2 Timóteo 2.15, Paulo acentua o exercício prático, diário, de todo crente: "Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." O coração do cristianismo é um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Estudar e aplicar as Escrituras é a forma principal de desenvolver nosso relacionamento pessoal com Ele; trata-se de conhecê-lO através da revelação dEle mesmo.

A necessidade de conhecimento

Batalhar diligentemente pela fé exige conhecimento. Não precisamos nos tornar especialistas antes de compartilhar a "fé que uma vez por todas foi entregue aos santos", mas devemos ser diligentes em nossa busca do conhecimento do Senhor. Se bem que se tente fazê-lo muitas vezes, é completamente insensato tentar batalhar por algo sobre o que não se está informado. Salomão escreveu: "Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento, e se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a tua voz, se buscares a sabedoria como a prata, e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, da sua boca vem a inteligência e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos, e escudo para os que caminham na sinceridade, guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos" (Pv 2.1-8).

A prática diligente do discernimento

Batalhar pela fé requer a prática diligente do discernimento. Em Hebreus 5.13-14 está dito: "Ora, todo aquele que se alimenta de leite, é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal." O "leite" e o "alimento sólido" desses versículos são metáforas que se referem ao crescimento espiritual; limitar-nos a uma dieta e a atitudes de crianças espirituais inibe nosso desenvolvimento espiritual. Entretanto, os que exercitam suas faculdades pelo estudo da Palavra de Deus crescerão em discernimento, não continuando "meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Ef 4.14).

A disposição de aceitar correção

Batalhar diligentemente pela fé exige que tenhamos a disposição de aceitar correção. Corrigir, entretanto, não é um procedimento "psicologicamente correto" em nossos dias, tanto no mundo quanto na Igreja.

A correção é considerada uma ameaça à auto-imagem positiva por muitos que promovem a teologia humanista da auto-estima. É incrível como tal mentalidade mundana influenciou fortemente aqueles que deveriam ser separados do mundo e cujos pensamentos deveriam refletir a mente de Cristo. Mesmo uma pesquisa superficial da Bíblia revela exemplos e mais exemplos de correção, que atualmente seriam vistos como potencialmente destrutivos do bem-estar psicológico das pessoas! Será que a "auto-estima" de Pedro foi psicologicamente danificada e tanto sua auto-imagem como a imagem do seu ministério foram irreparavelmente prejudicadas pela correção pública de Paulo? Foi o ministério de Pedro considerado acabado pela maioria da igreja primitiva porque Paulo não foi suficientemente sensível (ou, bíblico – deixando supostamente de considerar Mateus 18) para ter um encontro particular com Pedro? Não é essa a maneira como muitos na Igreja vêem as coisas atualmente? E o que dizer do trauma sentido pelo ego dos publicamente corrigidos: Barnabé (Gl 2.13), Alexandre (2 Tm 4.14-15), Figelo e Hermógenes (2 Tm 1.15), Himeneu e Fileto (2 Tm 2.17-18), Demas (2 Tm 4.10), Diótrefes (3 Jo 9-10) e outros? A correção é essencial para a vida de todo cristão.

Em sua segunda carta a Timóteo, Paulo orientou seu jovem discípulo a respeito do valor das Escrituras para a correção (como também para a repreensão!), "a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Tm 3.16-17). A correção tem que começar em casa, isto é, deve haver a disposição não somente de sermos corrigidos por outros, mas também o desejo de corrigirmos a nós mesmos. A admoestação "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé" (2 Co 13.5) não pede uma avaliação pública; ela requer que analisemos a nós mesmos e então façamos o que for necessário para colocar as coisas em ordem diante do Senhor. Sem a disposição de considerar a possibilidade de uma "trave" em nosso próprio olho, a hipocrisia dominará em qualquer correção a outra pessoa.

Obediência às normas

Batalhar diligentemente pela fé requer obediência às normas. Enquanto alguns evitam praticar a correção segundo as Escrituras, outros a usam como um grande porrete, dando com ele em qualquer um que parecer não concordar com seus pontos de vista. As Escrituras nos dizem que (no contexto dos galardões celestiais) aqueles que competem por um prêmio serão desqualificados a não ser que sua conduta siga as normas do evento (2 Tm 2.5).

Isso também deveria ser aplicado ao modo como batalhamos pela fé, especialmente no que se refere à correção mútua. A primeira e mais importante norma é o amor. Correção bíblica é um ato de amor, ponto final. Se alguém não tem em mente o interesse maior de uma pessoa, o amor não está envolvido. Se o amor não é o fator motivador da correção, o modo de agir não é bíblico.

A maneira como nos corrigimos mutuamente é uma parte importante das "normas" da batalha pela fé: "Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e, sim, deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade" (2 Tm 2.24-25). Entretanto, uma repreensão severa também pode ser bíblica; nas Escrituras há abundância de tais reprovações e repreensões quando a situação as exigia. Mas elas nada têm em comum com correção acompanhada de sarcasmo, humilhação, ataques ao caráter pessoal ou qualquer outra coisa que exalte quem corrige ao invés de ministrar àquele que está sendo corrigido.

É irônico que o humor dominante (TV, quadrinhos, etc.) dessa geração profundamente consciente da "auto-estima", ego-sensível, seja o sarcasmo, especialmente a humilhação. Fazer alguém se sentir inferior tornou-se a maneira preferida de elevar a própria auto-estima. Um teste simples de correção bíblica é o nível de presunção por parte de quem a pratica. Se houver qualquer indício dela – ele falhará. Outro teste rápido é o termômetro das "maneiras desagradáveis". Se aquele que corrige trata os outros com maneiras que ele mesmo não aceitaria – ele é parte do problema, não a solução bíblica.

Conhecer pelo que se batalha

Batalhar diligentemente pela fé envolve conhecer pelo que se batalha. Aquilo que envolve a subversão do Evangelho, especialmente das doutrinas principais relacionadas com a salvação, exige nossa séria preocupação e atenção. O livro de Gálatas é um bom exemplo. Os judaizantes estavam coagindo os crentes a aceitar um falso evangelho, isto é, adicionando certas obras da lei como necessárias para a salvação. Paulo os repreendeu duramente, como também instruiu Tito a fazê-lo (Tt 1.10-11,13). No mesmo espírito, argumentamos com os que promovem ou aceitam um falso evangelho para a salvação (mórmons, adeptos da Ciência Cristã, Testemunhas de Jeová e católicos romanos, entre outros).

Enquanto certas questões podem parecer não estar relacionadas com o Evangelho, elas podem subverter indiretamente a Palavra de Deus, afastando os crentes da verdade e inibindo dessa forma a graça necessária para uma vida agradável ao Senhor. A psicoterapia, por exemplo, é um dos veículos mais populares para levar os cristãos a buscar as soluções ímpias dos homens (e, portanto, destituídas da graça).

Saber quando evitar confrontos

Batalhar pela fé também requer que saibamos quando evitar confrontos. O capítulo 14 de Romanos trata de assuntos em que a argumentação se transforma em contenda. Paulo fala de situações em que crentes imaturos criavam polêmicas em torno de coisas que não tinham importância. Alguns estavam provocando divisões por discutirem quais alimentos podiam ser comidos ou não, ou quais dias deviam ser guardados ou não. Nesses casos, o conselho da Escritura é: há certas coisas que não devemos julgar, pois se trata de questões sem importância, que não negam a fé, e são assuntos a serem decididos pela própria consciência (v. 5). Somente o Senhor pode julgar o coração e a mente de alguém no que se refere a tais assuntos.

Quando Jesus discutiu os sinais dos últimos tempos com Seus discípulos no Monte das Oliveiras (Mt 24), o primeiro sinal que Ele citou foi o engano religioso. Sua extensão atual não tem precedentes na História. Somente esse fato deveria tornar nosso interesse em batalhar diligentemente pela fé uma das maiores preocupações. Isso também significa que há tantos desvios da fé (1 Tm 4.1) a serem considerados, que poderá ser necessário estabelecer prioridades pelo que e quando vamos batalhar. No que se refere ao nosso próprio andar com o Senhor, devemos examinar qualquer coisa em desacordo com as Escrituras, fazendo as necessárias correções. Entretanto, quando se trata de ensinos e práticas biblicamente questionáveis, sendo aceitas e promovidas por outros, o discernimento pode também incluir a necessidade de decidir quando e como tratar deles. Atualmente, não é incomum ser erradamente considerado (ou, de fato, merecer a reputação) como alguém que "acha erros em tudo"; de modo que a busca da sabedoria e orientação do Senhor é sempre essencial para que nosso batalhar seja recebido de forma frutífera.

Não devemos coagir ninguém

Finalmente, batalhar diligentemente pela fé não é coagir. Muito freqüentemente esquecemos que recebemos nossa vida eterna em Cristo como dádiva gratuita, uma dádiva do insondável amor de Deus que deve ser oferecida aos outros em amor. O amor é destruído pela coação. Se bem que nossa intenção pode não ser impor questões de fé aos outros, é importante verificar regularmente nossos motivos e métodos.

O batalhar diligentemente pela fé deve ser realizado como uma oferta de amor. Temos que lembrar que somos meramente canais de tal amor e que, se quisermos que ocorra alguma mudança no coração, ela será realizada através da graça de Deus, a única que garante o arrependimento (2 Tm 2.25-26). Atos 20.27-31 contém alguns pensamentos que atualmente muitos iriam considerar como desproporcionais na batalha por "todo o desígnio de Deus". Mas, trata-se das palavras de Deus, comunicadas apaixonadamente pelo apóstolo Paulo aos membros da igreja de Éfeso e a nós:

"Atendei por vós e por todo o rebanho...Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um."

Nestes "difíceis" tempos finais (2 Tm 3.1), ore para que todos nós, como Paulo, demonstremos apaixonada preocupação pelo bem-estar espiritual dos nossos irmãos e irmãs em Cristo e pela pureza do Evangelho essencial para a salvação das almas (TBC 8/94).

T. A. McMahon é diretor executivo da missão "The Berean Call" ("A Chamada Bereana") em Bend, Oregon (EUA). Ele é co-autor (com Dave Hunt) do livro A Sedução do Cristianismo.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, março de 1996.

http://www.chamada.com.br/mensagens/batalhando.html

Como chegar ao céu? (Dr. Werner Gitt)

Muitas pessoas evitam pensar sobre a eternidade. Isso ocorre até com as que refletem a respeito da morte. A eternidade é um assunto que costuma ser colocado de lado. Quando criança, a atriz americana Drew Barymoore representou um dos papéis principais no filme "E.T. – O Extra-Terrestre". Hoje ela está com quase trinta anos e afirmou há algum tempo: "Se eu morrer antes do meu gato, dêem-lhe minhas cinzas para comer. Assim, pelo menos vou continuar vivendo através dele". A ingenuidade e ignorância a respeito da morte realmente são assustadoras!

No tempo de Jesus, muitas pessoas vinham a Ele, e quase sempre suas preocupações eram de caráter terreno: • Dez leprosos queriam ser curados (Lc 17.13). • Cegos queriam voltar a enxergar (Mt 9.27). • Alguém precisava de ajuda numa questão de herança (Lc 12.13-14). • Os fariseus vieram perguntar se deviam ou não pagar impostos ao imperador (Mt 22.17). Poucas pessoas foram falar com Jesus para saber como ir para o céu. Um jovem rico procurou-O perguntando: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" (Lc 18.18). Jesus disse o que ele deveria fazer: vender tudo o que tinha e segui-lO. Como o jovem era muito rico, não atendeu o conselho de Jesus e perdeu a chance de entrar no céu. Também havia pessoas que nem estavam à procura do céu mas, ao terem um encontro com Jesus, aprenderam acerca da vida eterna, e imediatamente aproveitaram a oportunidade. Zaqueu ansiava apenas ver a Jesus, mas obteve muito mais do que esperava. No final da visita do Senhor à sua casa, Zaqueu encontrou o caminho para o céu. Jesus afirmou: "Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão" (Lc 19.9).

Como alcançamos o céu?

Depois do que vimos, podemos afirmar: – Alcança-se o reino do céu num dia determinado. É bom saber disso, pois você, prezado leitor, também pode receber hoje a vida eterna junto a Deus. – Ganhar o céu não tem relação alguma com qualquer mérito pessoal. – O reino dos céus pode ser alcançado sem preparo prévio. Quando não estão baseadas no que Deus diz, nossas próprias idéias sobre como chegar ao céu são absolutamente falsas. Veja estes exemplos de conceitos errados: em uma de suas canções, uma intérprete de música popular alemã fez referência à história de um palhaço que tinha deixado o circo após muitos anos de trabalho: "Com certeza ele vai entrar no céu porque trouxe alegria para muitas pessoas", dizia a letra. Uma senhora nobre e muito rica mandou construir um abrigo onde vinte mulheres pobres podiam viver gratuitamente. Mas ela impôs uma condição: que essas mulheres rezassem pela salvação da sua alma durante uma hora por dia.

O que realmente nos leva para o céu?

Para responder essa pergunta de maneira clara e precisa, Jesus nos contou uma parábola. No Evangelho de Lucas (14.16), Ele fala de um homem [simbolizando Deus] que preparou uma grande festa [simbolizando o céu] e mandou convidar muitas pessoas. As desculpas foram frustrantes: "todos... começaram a escusar-se. Disse o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo... Outro disse: Comprei cinco juntas de bois... E outro disse: Casei-me e, por isso, não posso ir". Jesus encerrou a parábola com a sentença do anfitrião: "Porque vos declaro que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia" (Lc 14.24). Esse exemplo mostra que é possível ganhar o céu ou perdê-lo. O que decide a questão é aceitar ou rejeitar o convite. Poderia existir uma maneira mais fácil? Certamente não! Muitas pessoas não ficarão fora do céu por não terem conhecido o caminho que leva até lá, mas por terem rejeitado o convite que Deus lhes fez. Não devemos seguir o que fizeram os três convidados da parábola, que deram desculpas para não comparecer à festa! Ela deixou de ser realizada por causa disso? É claro que não! Depois de ouvir as recusas de seus convidados de honra, o dono da casa mandou convites para todos. Dessa vez os convites não foram sofisticados. Os novos convidados ouviram uma convocação singela: "Venham!" Todos que aceitaram o convite tiveram lugar garantido na festa. E o que aconteceu? Os convidados apareceram? Sim, as pessoas vieram em massa! Após algum tempo, o dono da casa ficou sabendo que ainda havia lugares vazios. Então ele disse a seu servo: "Saia novamente! Continue a convidar!" Vamos comparar essa parábola à nossa vida, pois ela tem muitos paralelos com a situação em que vivemos. Ainda há lugares vazios no céu, e Deus diz a você: "Venha, e tome o seu lugar no céu! Seja sábio. Faça sua reserva para a eternidade. Faça-a ainda hoje!" O céu é de uma beleza inconcebível. Por isso, o Senhor Jesus compara-o com uma festa.

A Primeira Carta aos Coríntios (2.9) diz: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam". Não há nada, absolutamente nada nesta terra, que possa ser comparado ao céu, tamanha é sua beleza! De maneira alguma devemos perder a chance de ir para o céu, pois ele é precioso demais! Alguém nos abriu a porta: foi Jesus, o Filho de Deus! É graças a Ele que temos acesso à eternidade. Agora a decisão é nossa. Só quem for ignorante como os homens da parábola deixará de aceitar o convite.

A salvação acontece através do Senhor Jesus

Em Atos 2.21 lemos algo muito importante: "E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo". Essa é a verdade suprema do Novo Testamento. Quando estava na prisão em Filipos, Paulo resumiu o essencial nas poucas palavras que falou ao carcereiro: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa" (At 16.31). Essa mensagem é curta mas tem poder decisivo e transformador para quem a aceita. Naquela mesma noite o carcereiro se converteu. Do que Jesus nos salva? Precisamos saber que Jesus nos salva do caminho que acaba na perdição eterna, no inferno. A Bíblia diz que os homens viverão eternamente – ou no céu, ou no inferno. Um desses lugares é maravilhoso, o outro é horrível. Não existe um terceiro lugar. Após a morte, ninguém mais dirá que tudo acabou quando fechou seus olhos aqui na terra. Nosso destino eterno é decidido pela nossa atitude diante de Jesus. A nossa eternidade depende de uma só pessoa, Jesus Cristo – e do nosso relacionamento com Ele!

Inferno de verdade

Por ocasião de uma viagem de conferências pela Polônia visitamos o campo de concentração de Auschwitz, que foi palco das piores atrocidades durante o Terceiro Reich. Entre 1942 e 1944 mais de 1,6 milhões de pessoas, na maioria judeus, foram assassinadas e incineradas nas suas câmaras de gás. A literatura fala do "Inferno de Auschwitz". Fiquei pensando sobre essa expressão quando os guias nos mostraram uma das câmaras de gás onde morriam 600 pessoas a cada vez. Auschwitz foi um horror inconcebível.

Mas será que ali já era o inferno? Nosso grupo de visitantes viu somente a câmara de gás vazia, agora fora de uso, pois felizmente o terror de Auschwitz acabou em 1944. Hoje o local é aberto à visitação pública. As câmaras de gás de Auschwitz tinham caráter temporário. O inferno da Bíblia é eterno. No hall de entrada do museu de Auschwitz um desenho mostrando uma cruz com o corpo de Cristo chamou minha atenção. Com um prego, um dos prisioneiros havia riscado na parede sua mensagem de esperança no Jesus crucificado. Esse artista anônimo também morreu na câmara de gás, mas ele conhecia o Salvador Jesus. O lugar onde ele morreu era horrível, mas o céu estava aberto esperando-o. Quando alguém tiver chegado ao inferno, a respeito do qual o Senhor Jesus adverte tão insistentemente no Novo Testamento (Mt 7.13; Mt 5.29-30; Mt 18.8), não haverá chance de escapar. Como o inferno é eterno – ao contrário de Auschwitz – nunca teremos a possibilidade de visitá-lo como se visita um lugar turístico, entrando e saindo quando quisermos. O inferno é para sempre.

Mas o céu também é eterno. É para esse lugar que Deus quer nos levar. Por isso, aceite o convite. Invoque o nome do Senhor e faça ainda hoje sua reserva no céu! Depois de uma palestra, uma agitada senhora me questionou: "Será que é mesmo possível fazer reserva no céu? Isso parece uma agência de turismo!" Eu concordei: "Quem não faz reserva não chega lá. Se a senhora quiser ir ao Havaí, também vai precisar de uma passagem". Ela retrucou: "Mas é preciso pagar a passagem, não é?" – "Sim, é claro! A passagem para o céu também é paga, com a diferença de que nenhum de nós tem condições de arcar com seu preço. Ele é alto demais. Nosso pecado impede que cheguemos ao céu. Deus não admite pecado no céu. Quem quiser passar a eternidade com Deus precisa ser liberto do seu pecado enquanto vive aqui na terra. Essa libertação só pode acontecer através de alguém sem pecado – e essa pessoa é Jesus Cristo. Ele é o único que pode pagar o preço. E Ele o pagou com Seu sangue, através da sua morte na cruz".

Agora, você deve estar se perguntando: O que devo fazer para entrar no céu?

Deus estende o convite de salvação a todos. Muitas passagens da Bíblia nos convidam com insistência a obedecer ao chamado de Deus: – "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita" (Lc 13.24). – "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 4.17). – "Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela" (Mt 7.13-14). – "Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado" (1 Tm 6.12). – "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa" (At 16.31).

Esses são convites insistentes. Os textos bíblicos são sérios e determinados. Agimos com coerência quando respondemos ao convite de ir para o céu com uma oração mais ou menos como esta:

Senhor Jesus, hoje eu li que só posso chegar ao céu através de Ti. Quero estar contigo no céu. Por isso, salva-me do inferno, que eu mereço por causa de todos os pecados que cometi. Sei que me amas, que morreste na cruz por mim e pagaste pelos meus pecados. Tu conheces todos os meus pecados – desde a minha infância. Conheces todos os que lembro e os que já esqueci. Sabes o que move o meu coração. Sou como um livro aberto diante de Ti. Assim como sou, não posso entrar no céu. Peço-te: perdoa meus pecados. Do fundo do meu coração, lamento por tudo de errado que fiz na vida.
Entra em meu coração, restaura minha vida e renova-me completamente. Dá-me forças para deixar tudo o que não é certo e transforma meu modo de viver. Ajuda-me a entender a Tua Palavra, a Bíblia.
Faze-me compreender o que queres me falar e dá-me um coração obediente para que eu faça o que Te agrada. De agora em diante, serás o meu SENHOR. Quero Te seguir. Mostra-me o que devo fazer em todas as áreas da minha vida. 


Agradeço por ouvires e atenderes minha oração.
Agradeço por ser Teu Filho e pela certeza de, um dia, estar contigo no céu.
 

Amém.

(Werner Gitt - http://www.chamada.com.br) Extraído do Folheto Como Chegar ao Céu http://www.chamada.com.br/mensagens/chegar_ao_ceu.html

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Saudades... (*) Por Leonardo Mendes

Que saudades.... Fui criado em berço cristão, minha mãe com muita luta, muito esforço, trabalhava dia e noite para criar, sustentar, eu e minha irmã. Abandonados por meu pai, um pastor da Igreja Batista, mamãe lutava, lutava não somente para superar as dificuldades financeiras de uma mãe divorciada com duas crianças pequenas, mas também para em seu raro tempo vago, nos falar um pouco de um livro famoso, isto... este mesmo... o livro da capa preta, assim fomos criados, lendo as lindas palavras das escrituras, e vivenciando muralhas caindo frente aquela tão linda e jovem senhora.

Lutas, experiências, batalhas que nos fizeram aprender sobre um Deus verdadeiro, aprendemos a amar a Bíblia, a ter sede por estudos bíblicos, a esperar ansiosamente pelas férias, e nelas desfrutarmos das sempre tão esperadas EBF’s. Aprendemos a no domingo acordar bem cedinho, e assim como um filho que visita seus pais no famoso almoço de domingo, irmos a casa do Senhor! como era bom ir à igreja. Com o passar dos anos, fui crescendo, passando pela adolescência, juventude, fase de decisões, fase de escolher um curso superior, finalmente pude ir ao seminário, entender mais sobre a bíblia, sobre a teologia, conhecer mais a fundo, através da aplicação da tão preciosa hermenêutica os maravilhosos textos das escrituras.

É ... assim foi minha história, graças ao Senhor, aquele menininho fadado a desvios psicológicos de uma família destruída, aprendeu a amar e estudar um livro interminável, não escrito por homens, a palavra de Deus. Descobri que este é um livro incomparável, um livro para ser conhecido mundialmente, para todos desfrutarem, todavia, infelizmente, cada dia mais, vemos menos portas abertas com a finalidade da divulgação deste tão precioso texto, como seria bom se tivéssemos mais igrejas pregando a Bíblia em nossas cidades, seria realmente uma benção, viveríamos a realidade da igreja primitiva descrita em Atos.

Sinceramente, não entendo porque, frente a tantas maravilhas bíblicas, tão poucas pessoas tem se preocupado com a sua plena divulgação. Não entendo porque, frente a um mundo regado por más notícias, aqueles que possuem a única boa notícia, o Evangelho das boas novas, recusam-se a compartilhá-la, um pensamento involuntário me vem à mente.... será que realmente todos estes a possuem? Realmente não posso culpá-los, afinal, ninguém pode dar o que não tem. Apesar da minha pouca idade, ao ler os textos bíblicos, os testemunhos dos apóstolos, dos primeiros irmãos, até mesmo a história dos combatentes da famosa Reforma protestante, viajo no tempo, imagino como deveria ser delicioso vivenciar aqueles momentos ali relatados, esta minha viajem, aparente utopia, me faz contemplar aqueles momentos de uma forma tão real e concreta, que acabo por sentir saudades daquele tempo...

Saudades.... saudades de quando a igreja, a Ekklesia (Tirados para fora) era feita de homens e mulheres que haviam saído do sistema mundano, e agora caminhavam na mão certa, indo contra a multidão que trafega perigosamente pela contra mão. Aqueles que formavam a Ekklesia eram chamados de cristãos, isto mesmo, “pequenos cristos”, chamados assim pois seu caminhar era tão irretocável e honesto, que fazia lembrar os tempos em que o próprio Cristo passeava pela Terra.

Ahh, saudades, que saudades! Saudades de quando templos majestosos não eram feitos de excelentes materiais de alvenaria, em terrenos centrais adquiridos por pequenas fortunas, não, esses não são bons, estes são baratos demais, bons mesmo são aqueles templos que foram comprados pelo próprio Deus, estes foram caros, só ele pode pagar, o preço foi alto, templos não feitos por mãos humanas, não imóveis, templos de carne e osso, sim... feitos do pó da terra, mas valiosíssimos.

Saudades de quando muito mais importante que um terno fino da Pierre Cardin, gravata e sapatos engraxados que pisam sobre o símbolo da Mr. Cat, era a roupa interior, talvez ela tenha perdido a importância por também ser muito cara, não ser achada em qualquer “shoppingzinho” de segunda, na verdade ela nem se pode comprar, mas era, esta era uma roupa bonita e apresentável de verdade.

Saudades de quando técnica vocal era somente acessório que amparava o perfeito louvor que na verdade era produzido pelas “cordas vocais” do coração... de quando Deus, criador de todo universo aparentemente não se importava se o instrumento que acompanha o verdadeiro adorador, era uma Fender, uma Pearl, um Roland, ou se simplesmente foi uma harpa artesanal, feita pelo pastorzinho ruivo que acaba virando rei.

Saudades de quando o dom supremo era o amor, isto... este mesmo, que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, é... este era o melhor dom, este aparentemente ninguém mais quer, talvez porque sua condição do “melhor é dar do que receber” seja muito pesada para os dias atuais, um mundo de interesses individualistas, é melhor ficar com o dom de línguas, fácil de imitar, difícil de questionar e vago em suas obras.

Saudades de quando o pecador arrependido era imediatamente perdoado, de quando castigos humanos eram desnecessários frente a um Deus que é a própria justiça, de quando penitencias só existiam na igreja vindo das mãos dos perseguidores do evangelho, talvez até isto ainda seja bem parecido, todavia, o problema é os algozes hoje freqüentem nossos púlpitos. Parece-me que o “aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”, e o “eu não te condeno, eu te perdôo, vá e não peques mais” foi retirado de algumas traduções modernas.

Saudades de quando a Teologia era usada para defender a Bíblia, e não para defender homens que na sua incredulidade tentam explicar mudanças em um Deus imutável. De quando mais sábios foram os cristãos de Beréia, que não aceitaram a pregação paulina de cara, questionando e confirmando se tinha coerência a mensagem do Apóstolo. De quando um freqüentador assíduo da Escola Bíblica não era um fanático incoerente, mas sim alguém que alegremente desfrutava de momentos conquistados por nosso irmão Lutero em sua reforma protestante. Será que é melhor não pensar? Será que é melhor não conhecer? Será que o evangelho de pensamentos formados não é mais prático? Eu? Eu tenho saudades, sou pastor, mas prefiro um pensante questionador em minha platéia, que cem ignorantes interessados em pensamentos mastigados, o questionador me faz crescer, me faz pensar, me faz questionar...

Saudades.... saudades do tempo em que nova revelação só existia quando aquela amiga e companheira Bíblia de muitos anos se despedaçava de tanto ser usada e tínhamos que comprar outra novinha em folha porém imutável em seu conteúdo. Que saudade do puro evangelho... do milagre literal... de quando a Bíblia era a única e inquestionável verdade, de quando cristão sábio não era o ativista (Marta), mas sim aquele que sentava calmamente para ouvir ao Senhor (Maria), de quando oferta boa era composta pelas poucas moedas e coração grato da pobre viúva, de quando programação de sucesso não era aquela que lotava, mas sim aquela onde Deus estava presente ("Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." Mt 18:20)...

Saudades de quando a pregação do evangelho era simples, de quando a homilética colocaria o sermão cristão em somente três pontos... Jesus é o Messias, Jesus Ressuscitou, Jesus voltará... simples assim, este era o sermão da igreja primitiva, este era o sermão de Pedro, um simples homem, pescador, inculto, mas seu simples discurso levava milhares a Cristo, coisa que nós com graduações, pós graduações, mestrados, doutorados, não conseguimos fazer.

Bem... nem tudo está perdido, algumas coisas não mudaram.... a salvação pela graça por exemplo, esta para uma maioria aparentemente não mudou, mas também, esta seria um absurdo se mudássemos, afinal, em time que está ganhando não se mexe, basta não explicar a fundo, ela não nos causa problemas, muito pelo contrário, ela nos soluciona alguns, se não há justificativa... não tem problemas.... estamos “na graça irmão”. A graça tem sido o único fio que ainda nos tem segurado, é só pela graça mesmo, pela graça somos salvos, se mudarem isto........ Que o Senhor te abençoe, que o Senhor te abra os olhos, te faça enxergar, entender, vivenciar e lutar pelas verdades bíblicas.
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(*) Bacharel em Teologia, pastor evangélico. http://www.blogdopastor.com.br/